segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Alfabeto Tupi e Pronúncia

Como já é de conhecimento de todos os “tupinólogos de plantão”, a definição de uma nova ortografia para a Língua Tupi é um tema que gera sempre discórdia entre as pessoas. Alguns seguem ortografia da época dos Jesuítas, outros “inventam” o seu próprio modo de escrever e, devido a isso, nunca chegamos a um consenso acerca da uniformidade dos modos de escrever a Língua Brasílica. Por isto mesmo, pre
tendo sugerir algumas alterações sobre a ortografia mais conhecida, que é a adotada pelo professor Navarro, no livro “Método Moderno de Tupi Antigo”.
As letras utilizadas por ele são:

A, Ã, B, E, G, H, I, Î, Ĩ, K, L, M, MB, N, ND, NG, NH, O, Õ, P, R, S, T, U, Û, Ũ, X, Y, ỹ.

A princípio, não há muito o que se discordar do modo como esse alfabeto foi elaborado. Por isso mesmo é que sugerimos discretas alterações em alguns pontos.

1. A primeira questão é sobre os acentos circunflexos sobre as vogais I e U, indicando que em tal situação, elas se comportam como semivogais. À primeira vista, soa-nos inofensivo mantê-los; porém, quando nos defrontamos com palavras mais complexas, sentimos que há uma certa “poluição visual” tomando conta do texto. Vamos a um exemplo:
Gûyragûasupába (aeroporto); mikûasosokába (computador).

2. Para facilitar a escrita e o aprendizado da língua brasílica, sugerimos a abolição da escrita desses circunflexos. Para a antiga letra “Δ, sugerimos que seja grafada como “Ñ” em “ambientes nasais” por motivos de eufonia.
Exemplos: îanhe’ẽng se tornaria “ñañe’ẽng.

3. O segundo ponto é acerca da consoante B e a consoante MB. Na primeira, a sua articulação é uma bilabial sonora aspirada, enquanto a segunda é uma bilabial sonora pré-nasalizada (os linguistas de plantão podem me corrigir, se julgarem necessário). Como no primeiro caso, o som produzido assemelha-se mais com um V, sugerimos que seja adotada esta grafia para representar o seu fonema.

4. Quanto ao dígrafo “NH”, sugerimos substitui-lo pela letra “Ñ”. Lembrando que, em ambientes nasalizados, a semi-vogal I também pode sofrer nasalização, e se tornar um “Ñ”.




Vou escrever aqui mesmo as regras de acentuação do Tupi, as qual já debatemos e foi a decisão da ALT .

1. O aceto escolhido para grafar a vogal tônica é o "acento agudo". Mesmo que, eventualmente, o som de algumas vogais ser fechado (como o Ê e o Ô), usar-se-á, por facilidade tipológica, o acento agudo.

2. Levando-se em consideração o fato de a grande maioria das palavras terminadas em E, I, O,
U e Y serem oxítonas, convencionamos que a Regra para a leitura das palavras em Tupi é que todas as palavras terminadas em vogal, quando não acentuada, serão consideradas OXÍTONAS. Exemplos: tape (ler-se-á "tapé"), aiko (ler-se-á "aikó"), guyra (ler-se-á guyrá), kobekatu (ler-se-á kobekatú)

3. As palavras cuja sílaba tônica não for a última, deverão ter o acento agudo grafado. Exemplo: Mikuasosokába, Puimbyrýba, entre outros.

4. O "til", quando presente em qualquer sílaba, também funcionará como um marcador de sílaba tônica. Ex: Mokõia

5. Estão abolidos os acentos circunflexos, os quais marcavam as semivogais. Ex: "gûyragûasupába" grafar-se-á "guyraguasupába"

6. Está abolido o ' nas construções que usam a forma "ta". Exemplo: t'ereikó grafar-se-á "tereiko".